Os formadores são o ator principal de uma formação. Sem eles não existe formação e, claro está, não há negócio de formação.
Sendo o ator principal, contudo, não são o único ator (a utilização da analogia de “ator” como critério de influência do processo de decisão de compra dos consumidores, ou seja, os formandos escolhem em curso não apenas pelo formador, mas por uma multiplicidade de “atores”).
No caso de estarmos a falar de um curso cujo plano curricular é totalmente imposto, por exemplo por determinação governamental, e no fim do curso aquilo que o formando obtém é o acesso a um título profissional, está bem de ver que o trabalho do formador será bastante padronizado. Nesses casos, a dimensão formador é secundária no processo de decisão do cliente, ultrapassada por dimensões como o preço e o conforto logístico, ou ainda o próprio acesso ao título profissional.
Uma situação bem diferente surge naquilo que poderia designar de “cursos de autor”, cursos criados e conduzidos por alguém já consagrado, particularmente se são já pessoas com forte notoriedade. Aí, o peso do formador no processo de decisão do consumidor é, por norma, muito maior; é o formador, em larga medida, que atrai os clientes.
Está bem de ver que, portanto, nem todos os formadores têm o mesmo poder negocial junto das empresas de formação, o que se pode traduzir em modelos diferentes de relacionamento formal, incluindo modelos diferentes de pagamento.
Mas, atenção, isso não é só verdade quando se compara um formador que é o “criador” de um curso com outro que faz parte de um painel mais alargado e, porventura, mais indiferenciado. Mesmo dentro de cada categoria, o poder negocial pode ser muito diferente.